A Ciência Por Trás da Enxaqueca: Como o Cérebro e o Nervo Trigêmeo Estão Conectados à Dor

12 janeiro, 2025

A enxaqueca é uma das condições neurológicas mais comuns e debilitantes, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Embora seja amplamente reconhecida por seus sintomas intensos, como dor pulsátil e sensibilidade à luz, as causas fisiológicas subjacentes dessa condição têm sido um mistério intrigante para a ciência.

Hoje, mergulharemos em um dos mecanismos mais importantes já descobertos: a relação entre a depressão cortical propagada (DCP), o nervo trigêmeo e o desenvolvimento da dor característica da enxaqueca.

O Que é a Depressão Cortical Propagada (DCP)?

A DCP foi descrita pela primeira vez na década de 1940 como uma onda de atividade elétrica no cérebro que se espalha lentamente pelo córtex, seguida por um período de inibição. Durante esse processo, há uma liberação de íons, como potássio e hidrogênio, além de neurotransmissores, no espaço extracelular do cérebro.

Essa liberação cria um estado de "caos organizado", onde a atividade neurológica do cérebro é alterada temporariamente. Estudos mostram que a DCP é responsável pelos sintomas de aura visual que precedem as crises de enxaqueca em cerca de 20% dos pacientes.

Mas o mais interessante é que a DCP não se limita ao córtex. Ela desencadeia uma cascata de eventos que afetam o sistema nervoso periférico, particularmente o nervo trigêmeo, um componente central no desenvolvimento da dor de cabeça.

O Papel do Nervo Trigêmeo na Dor da Enxaqueca

O nervo trigêmeo é uma das principais vias da dor na cabeça. Ele inerva estruturas como as meninges (as membranas que revestem o cérebro) e os vasos sanguíneos cranianos, tornando-se um mediador essencial na percepção da dor.

Durante a DCP, as substâncias liberadas no cérebro irritam as terminações nervosas trigeminais nas meninges. Essa irritação provoca:

  1. Vasodilatação dos vasos meningiais, como a artéria meníngea média, aumentando o fluxo sanguíneo.
  2. Liberação de neuropeptídeos, como o CGRP (peptídeo relacionado ao gene da calcitonina) e a substância P, que promovem inflamação neurogênica.

Esses processos não apenas intensificam a dor, mas também prolongam a duração das crises de enxaqueca ao criar um ciclo de inflamação e ativação nervosa.

Da Aura à Dor: Como o Mecanismo se Desenvolve

Uma das contribuições mais importantes da pesquisa científica sobre a DCP é o estabelecimento de um elo direto entre a aura visual e a dor de cabeça que a segue. Segundo o estudo publicado na Nature Medicine, a DCP:

  • Ativa os afluentes trigeminovasculares, ou seja, os nervos periféricos que conectam o cérebro às meninges.
  • Provoca eventos corticais, meníngeos e no tronco cerebral, consistentes com o desenvolvimento de dor.

Em termos práticos, isso significa que a dor da enxaqueca não é simplesmente causada por alterações nos vasos sanguíneos, como se acreditava anteriormente. Em vez disso, é um reflexo de eventos neurológicos complexos, onde o cérebro literalmente "irrita" seus próprios tecidos periféricos.

Implicações Clínicas: Como a Ciência Pode Impactar o Tratamento

O entendimento desse mecanismo abre portas para abordagens terapêuticas mais direcionadas. Por exemplo:

  • Bloqueio da Ativação Trigeminal: Intervenções que inibem a liberação de neuropeptídeos podem reduzir a inflamação e aliviar a dor. Medicamentos como os antagonistas de CGRP já exploram essa via.
  • Modulação do Sistema Nervoso Periférico: Técnicas como a neuroestimulação manual (PNS) têm se mostrado promissoras para ajudar a regular a resposta trigeminal, aliviando crises e prevenindo novos episódios.

Além disso, compreender a DCP também permite identificar gatilhos comuns para enxaquecas, como estresse, privação de sono, sensibilidade a certos alimentos e desequilíbrios metabólicos, ajudando profissionais da saúde a adotar estratégias preventivas mais eficazes.

Por Que Isso é Importante para os Profissionais da Saúde?

Para nós, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde, o conhecimento sobre a DCP e sua relação com o sistema trigeminal é fundamental. Ele nos permite:

  • Reconhecer os sinais iniciais de enxaqueca, como a aura visual, e intervir precocemente.
  • Personalizar tratamentos, considerando que a dor de cabeça não se limita à musculatura ou à postura, mas pode ter origem em mecanismos neurológicos.
  • Educar os pacientes, explicando como mudanças no estilo de vida e tratamentos específicos podem ajudar a reduzir a frequência e a intensidade das crises.

Conclusão: O Futuro da Ciência da Enxaqueca

A enxaqueca é uma condição multifacetada, mas a ciência está desvendando seus segredos de forma acelerada. Estudos como o que analisamos aqui nos mostram que a dor não é apenas um sintoma – é um reflexo de eventos neurológicos profundos e interconectados.

Como profissionais da saúde, temos a oportunidade de aplicar esse conhecimento para oferecer tratamentos mais eficazes e transformar a vida de nossos pacientes.

 

Fotobiomodulação: Uma Tecnologia Promissora para Saúde e Performance Esportiva

20 novembro, 2024

A fotobiomodulação (PBM), também conhecida como terapia com luz de baixa intensidade, vem ganhando destaque por seus efeitos benéficos a nível celular e nos tecidos humanos como ósseo, músculo, tendão, etc. Baseada no uso de luz infravermelha ou próxima ao infravermelho, essa tecnologia estimula processos biológicos que aceleram a cicatrização, promovem regeneração, reduzem inflamações e processos oxidativos além de aliviar dores. Assim, a PBM tem mostrado potencial significativo para melhorar a recuperação muscular e a performance de atletas, além de reduzir a fadiga e a dor muscular tardia (DOMS).


Como a Fotobiomodulação Atua nos Músculos?

A PBM age estimulando as mitocôndrias – as “usinas de energia” das células – por meio da absorção de luz. Essa estimulação aumenta a produção de ATP (a principal fonte de energia celular), melhora a circulação sanguínea local e reduz o estresse oxidativo e inflamações. Essas ações combinadas, tornam a PBM uma ferramenta eficiente para acelerar processos de regeneração e recuperação muscular.

No contexto esportivo, esses efeitos são especialmente úteis para minimizar a fadiga muscular, tratar dores após treinos intensos e até melhorar a capacidade de performance durante os exercícios subsequentes.

PBM na Recuperação Muscular e Fadiga

A fadiga muscular ocorre devido ao acúmulo de metabólitos e microlesões nas fibras musculares após treinos extenuantes. Essas alterações causam inflamação, inchaço e dor, fatores que comprometem a performance e a continuidade do treinamento. Estudos mostram que a fotobiomodulação pode aliviar a dor muscular tardia (DOMS), estimular a regeneração das fibras danificadas e aumentar a capacidade de treino, proporcionando menos fadiga e maior resistência.

Os resultados apresentados em vários estudos científicos reforçam o impacto da PBM nesses aspectos. Por exemplo, um dos dados mais relevantes indica que o consumo de oxigênio foi otimizado nos participantes submetidos a FBM, levando a uma redução perceptível na sensação de fadiga. Com maior eficiência no uso do oxigênio, os músculos foram capazes de manter o esforço por períodos mais longos, o que representa um ganho direto em termos de performance.

Além disso, os achados sobre a redução da dor muscular tardia foram impressionantes. Corredores que receberam a PBM relataram menos desconforto após sessões de treino intenso, com melhoras observadas em avaliações subsequentes. Essa redução na dor se deve à capacidade da PBM de aumentar a circulação sanguínea e diminuir os mediadores inflamatórios nas áreas afetadas. Isso resultou não apenas em alívio imediato, mas também em uma recuperação mais rápida e eficiente.

Outro ponto importante é o impacto da PBM na força muscular. Dados indicam que atletas tratados com essa tecnologia conseguiram manter ou até aumentar sua força após treinos intensos, enquanto aqueles que não receberam o tratamento apresentaram uma queda significativa no desempenho. Isso evidencia como a PBM contribui diretamente para a regeneração das fibras musculares, evitando perdas que poderiam comprometer o treino seguinte.

Recomendações para Esportistas 

Os estudos revisados mostram que a fotobiomodulação é uma ferramenta promissora para melhorar a recuperação muscular e reduzir a fadiga, fatores cruciais para corredores que buscam maior rendimento e consistência nos treinos. A PBM atua em diferentes frentes:

  • Alivia dores musculares, ajudando na recuperação de treinos intensos.
  • Reduz a inflamação, permitindo uma regeneração mais rápida.
  • Melhora o desempenho físico, aumentando a capacidade aeróbica e a força muscular.
  1. Incorpore a PBM na Rotina de Recuperação: Utilize a terapia após treinos extenuantes para acelerar a regeneração muscular.
  2. Consulte Profissionais Qualificados: Procure especialistas em PBM para avaliar o protocolo mais adequado à sua rotina e objetivos.
  3. Combine com Treinamentos Bem-Planejados: A PBM é complementar a uma estratégia equilibrada de treinamento e descanso.
  4. Monitore os Resultados: Avalie como a PBM impacta sua recuperação e performance ao longo do tempo.


A fotobiomodulação é uma inovação acessível e eficiente para atletas que desejam melhorar sua recuperação e desempenho. Incorporar essa tecnologia na rotina esportiva pode ser o diferencial entre um treino regular e uma evolução contínua, com menor risco de lesões e maior consistência nos resultados.

Se você quer aproveitar os benefícios da PBM, entre em contato e explore essa ferramenta para alcançar novos níveis na sua performance esportiva. Que tal começar hoje mesmo?

 

Dor no joelho ao correr? Apenas alguns ajustes para correr sem dores

27 outubro, 2024

Você começou a correr recentemente e já está sentindo dor no joelho? Ou você já corre ha algum tempo e está lutando contra as dores no joelho? Não se preocupe, você não está sozinho. Com o boom da corrida nos últimos anos, muita gente tem enfrentado esse desafio – especialmente a famosa dor fêmuro-patelar, aquele incômodo persistente ao redor do joelho.


Por que meu joelho dói quando corro?

Imagine seu joelho como uma dobradiça que precisa funcionar perfeitamente a cada passada. A dor fêmuro-patelar aparece justamente quando há muito estresse nessa "dobradiça", principalmente durante atividades como:

  • Correr
  • Subir e descer escadas
  • Agachar

O problema é que muitos corredores iniciantes acabam sobrecarregando essa região sem perceber, seja por usar tênis inadequados ou falta de estabilidade das articulações do joelho, quadril e tornozelo, ou por não terem uma técnica apropriada de corrida.

A Boa Notícia: Pequenas Mudanças, Grandes Resultados

Pesquisas recentes trouxeram descobertas animadoras: ajustes simples na sua forma de correr podem fazer toda a diferença. Vamos às principais dicas:

1. Repense Sua Pisada

Ao invés de aterrissar com força no calcanhar, experimente:

  • Pousar mais na parte da frente do pé
  • Fazer passadas mais leves e suaves
  • Manter os pés mais próximos do corpo

2. Aumente Sua Cadência

Dica de ouro: dê mais passos por minuto! Aumentar sua cadência em apenas 10% já pode:

  • Reduzir o impacto no joelho
  • Distribuir melhor a força pela perna
  • Prevenir lesões

3. Fortaleça Seu Corpo

O joelho não trabalha sozinho. Para protegê-lo, fortaleça:

  • Músculos do quadril e glúteos
  • Tornozelos
  • Musculatura da sola dos pés

Escolhendo o Tênis Certo

Aqui está um ponto crucial que muitos corredores negligenciam o tênis. Na verdade pensar que tênis macios ajuda a diminuir o impacto o que na grande maioria das vezes é uma informação incorreta promovida pelos fabricantes. Assim, você com essas dores deve evitar tênis com:

  • Amortecimento excessivo
  • Drop (diferença de altura entre calcanhar e ponta) muito alto
  • Placas de carbono (para corredores iniciantes)

Busque calçados que permitam uma pisada mais natural e que você sinta melhor o contato com o solo.

Plano de Ação: Começando Hoje

  1. Faça uma Avaliação Profissional Procure um fisioterapeuta especializado em corrida para avaliar sua biomecânica, a mobilidade e estabilidade das articulações
  2. Comece Devagar Faça as mudanças gradualmente para seu corpo se adaptar
  3. Escute Seu Corpo Se sentir dor, reduza a intensidade ou faça uma pausa

Sua Jornada Para Uma Corrida Sem Dor

Lembre-se: cada corredor é único. O segredo é encontrar o equilíbrio entre técnica adequada, fortalecimento muscular e equipamento correto. Com paciência e dedicação, você pode transformar sua experiência de corrida, tornando-a mais prazerosa e livre de dores.

Você pode começar a aplicar essas mudanças hoje mesmo, no entanto, é fundamental consultar um fisioterapeuta esportivo antes de fazer qualquer alteração significativa na sua forma de correr. Este profissional poderá realizar uma análise completa da sua biomecânica, fazer uma avaliação funcional do seu corpo e orientar adequadamente sobre como implementar essas mudanças de forma segura e eficaz. Com o acompanhamento profissional correto, suas chances de sucesso serão muito maiores!


 

Superando Lesões: Um Guia para Corredores Resilientes

13 outubro, 2024

A Jornada do Corredor: Desafios e Triunfos

Você se lembra da primeira vez que sentiu a adrenalina de cruzar uma linha de chegada? Aquela sensação de realização, de superar seus próprios limites? Para muitos de nós, corredores apaixonados, esse momento foi o início de uma jornada incrível. Mas, como em qualquer grande aventura, os obstáculos são inevitáveis - as lesões. 

Ah, essas visitantes indesejadas que parecem ter um timing perfeito para aparecer justo quando estamos prestes a alcançar nosso melhor desempenho. Se você está lendo isso, provavelmente sabe exatamente do que estou falando. Talvez esteja lidando com uma lesão agora mesmo, sentindo aquela mistura de frustração e ansiedade para voltar às ruas ou trilhas.

Mas e se eu te dissesse que essa pausa forçada pode ser mais do que um simples contratempo? E se pudéssemos transformar esse momento desafiador em uma oportunidade de crescimento?

Entendendo Nossas Lesões: Mais Que Apenas Dor Física

Antes de mergulharmos nas soluções, é crucial entendermos o que está realmente acontecendo com nosso corpo. As lesões em corredores não são apenas "azar" ou resultado de um único treino intenso. Elas são frequentemente o acúmulo de pequenos desequilíbrios, sobrecarga e, às vezes, até mesmo de um amor excessivo pelo esporte que nos faz ignorar os sinais de alerta do nosso corpo.

As lesões mais comuns entre corredores incluem:

  • Fasciíte plantar
  • Síndrome da banda iliotibial (joelho do corredor)
  • Tendinite no tendão de Aquiles
  • Fraturas por estresse

Cada uma dessas condições tem suas particularidades, mas todas compartilham uma mensagem em comum: nosso corpo está pedindo atenção.

O Impacto Emocional: Quando a Mente Também Precisa de Cura

Vamos ser honestos: lidar com uma lesão vai muito além da dor física. Há todo um turbilhão emocional que acompanha esse processo. A frustração de ver seus objetivos se distanciarem, o medo de perder o condicionamento físico que tanto lutou para conquistar, e até mesmo um sentimento de perda de identidade – afinal, para muitos de nós, correr não é apenas um hobby, é parte de quem somos.

É normal sentir-se assim. É válido sentir-se assim. Reconhecer e aceitar essas emoções é o primeiro passo para uma recuperação verdadeiramente holística.

Transformando Desafios em Oportunidades

Agora, aqui está a virada de chave: e se olhássemos para esse período de recuperação não como um retrocesso, mas como uma chance de nos reinventarmos como atletas?

1. Fortalecimento do Core e Equilíbrio

Muitas lesões em corredores estão relacionadas a desequilíbrios musculares e fraqueza muscular, principalemente do core. Use este tempo para focar em exercícios de estabilidade, pilates ou yoga. Você ficará surpreso com o quanto isso pode melhorar sua corrida quando voltar.

2. Trabalho de Mobilidade

A flexibilidade nem sempre é o forte dos corredores, certo? Aproveite para trabalhar sua mobilidade. Incorpore sessões regulares de alongamento dinâmico e estático. Isso não apenas ajudará na recuperação, mas também pode prevenir lesões futuras.

3. Treinamento Cruzado

Explore outras modalidades de baixo impacto como natação, ciclismo, musculação ou remo. Além de manter seu condicionamento cardiovascular, você estará desenvolvendo uma base atlética mais ampla.

Nutrição: O Combustível da Recuperação

Nunca subestime o poder de uma alimentação adequada no processo de cura. Este é o momento perfeito para refinar sua dieta:

  • Aumente a ingestão de alimentos e suplementos ricos em anti-inflamatórios e anti-oxidantes.
  • Certifique-se de estar consumindo proteína suficiente para auxiliar na reparação dos tecidos.
  • Hidrate-se! A água é essencial para todos os processos de cura do corpo.

Mindfulness e Recuperação Mental

Sua mente é uma aliada poderosa na recuperação. Práticas de mindfulness e meditação podem não apenas ajudar a lidar com a frustração da lesão, mas também acelerar o processo de cura através da redução do estresse.

Experimente dedicar 10 minutos por dia para uma prática de respiração consciente ou meditação guiada. Você pode se surpreender com os benefícios, tanto para sua recuperação quanto para seu desempenho futuro como corredor - e em outras práticas diárias.

O Retorno às Corridas: Paciência é a Chave

Quando finalmente chegar o momento de calçar os tênis e voltar às ruas, lembre-se: a pressa é inimiga da perfeição. Um retorno gradual não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria atlética.

Comece com caminhadas, progredindo para um programa de corrida/caminhada. Aumente o volume e a intensidade gradualmente, sempre ouvindo seu corpo. E, acima de tudo, celebre cada pequeno progresso!

Comunidade: Você Não Está Sozinho

Uma das coisas mais difíceis ao lidar com lesões é o sentimento de isolamento. Mas lembre-se: você faz parte de uma comunidade incrível de corredores. Compartilhe sua jornada, busque apoio em grupos online ou locais. Às vezes, uma palavra de encorajamento de alguém que já passou pelo mesmo problema pode fazer toda a diferença.

Prevenção: O Melhor Remédio

Conforme você se recupera e retorna à ativa, é crucial implementar estratégias de prevenção para evitar futuras lesões:

  1. Progressão gradual: Aumente seu volume de treino em no máximo 10% por semana.
  2. Descanso adequado: Inclua dias de descanso em sua rotina e respeite-os.
  3. Técnica de corrida: Considere uma análise de corrida para identificar e corrigir possíveis problemas na sua biomecânica.
  4. Procure ajuda especializada: Um profissional qualificado pode fazer toda a diferença nesse momento. 

A Jornada Continua

Lembre-se, cada corredor que você admira, cada atleta que o inspira, já enfrentou desafios semelhantes. As lesões são parte da jornada, mas não definem seu destino como corredor.

Você é mais forte do que pensa, mais resiliente do que imagina. Esta pausa é apenas um capítulo em sua história como corredor. Use-a para se reconstruir, mais forte e mais sábio.

E quando você cruzar aquela linha de chegada novamente – e você vai cruzar – a vitória será ainda mais saborosa.

Mantenha-se forte, mantenha-se positivo, e continue correndo (mesmo que, por enquanto, seja apenas em seu coração).

Estamos juntos nessa jornada. Um passo de cada vez, voltaremos mais fortes do que nunca.

 

Tratando a fascite plantar: como a aplicação da Kinesio Tape pode ajudar os corredores

2 outubro, 2024

A fascite plantar é um problema comum entre os corredores (as), caracterizado por uma dor aguda no calcanhar ou na parte inferior do pé. Esse desconforto é causado pela tensão excessiva na fáscia plantar, uma faixa grossa de tecido que sustenta o arco do pé. Quando sobrecarregado, esse tecido fica inflamado, causando dor que geralmente é pior pela manhã ou após longos períodos de atividade. Para os corredores (as), a fascite plantar pode prejudicar significativamente o desempenho e o prazer do esporte. Dentre os tratamentos para esta condição, um estudo publicou que a aplicação da Kinesio Tape - uma técnica comumente usada por fisioterapeutas, é uma abordagem altamente eficaz para controlar essa condição. 

O papel da aplicação da Kinesio Tape no controle da fascite plantar

O taping é um método terapêutico que envolve a aplicação de tiras adesivas no pé para fornecer suporte e reduzir a tensão na fáscia plantar. Essa técnica oferece alívio imediato aos corredores, pois ajuda a aliviar a tensão colocada no tecido durante a corrida. Ao apoiar o arco do pé, a bandagem pode ajudar a controlar a dor e evitar mais lesões, permitindo que os corredores(as) continuem treinando sem agravar sua condição.

Para quem está lidando com fascite plantar, o taping pode ser uma ferramenta essencial. O objetivo da Kinesio Tape é atuar como um sistema de suporte externo, reforçando a estrutura natural do pé e aliviando parte da pressão que, de outra forma, recairia sobre a fáscia plantar. Isso permite que o tecido cicatrize com mais eficiência e ainda mantenha a funcionalidade durante o movimento, especialmente em atividades de alto impacto, como a corrida.

Como o taping reduz a tensão sobre a fáscia plantar

A eficácia da Kinesio Taping está em sua capacidade de reduzir a tensão na fáscia plantar. Quando aplicada por um fisioterapeuta, a bandagem pode reduzir significativamente o estresse mecânico nas principais áreas do pé, o que é fundamental para o controle da fascite plantar. Estudos demonstraram que a aplicação de fita adesiva pode reduzir a tensão em até 12-13% em diferentes regiões da fáscia plantar. Veja a seguir um detalhamento do impacto:

  • Na região do calcanhar (proximal) do pé, a aplicação do taping pode reduzir a tensão em aproximadamente 11,8%.
  • Na região intermediária da fáscia plantar, a tensão pode ser reduzida em cerca de 12,8%.
  • Na região frontal (distal), que se conecta aos dedos dos pés, a aplicação da Kinesio Tape reduz a tensão em até 13,3%.

Em termos práticos, essa redução da tensão se traduz em uma diminuição substancial da tensão. Por exemplo, durante a corrida, a fáscia plantar pode sofrer forças de 180 a 200 kgf (kilograma força). A aplicação de fita adesiva pode reduzir essa força em 24 kgf, aliviando efetivamente a fáscia e reduzindo a probabilidade de danos adicionais.

Como a aplicação da Kinesio Taping pode beneficiar corredores com fascite plantar

Os corredores(as) com fascite plantar geralmente sentem dor devido à tensão repetitiva exercida sobre a fáscia plantar a cada passo. O impacto constante da corrida pode agravar a condição, dificultando a cicatrização do tecido. A aplicação da Kinesio Tape oferece uma solução ao reduzir a carga sobre a fáscia, permitindo que os corredores continuem suas atividades sem exacerbar a lesão.

Ao aplicar a bandagem no pé, o fisioterapeuta pode criar uma estrutura de suporte que imita o arco natural do pé. Esse suporte ajuda a distribuir as forças geradas durante a corrida de forma mais uniforme, reduzindo o estresse sobre a fáscia plantar. Como resultado, os corredores(as) sentem menos dor e podem treinar com mais conforto, sem o desconforto agudo e persistente que normalmente acompanha a fascite plantar.

Além disso, o taping é uma técnica fácil e acessível que pode ser aplicada regularmente sob a orientação de um fisioterapeuta. Ela oferece benefícios imediatos, o que a torna uma parte valiosa do plano de recuperação e prevenção de lesões de um corredor(a).

A importância da orientação profissional

A eficácia da técnica depende da colocação e da tensão adequadas da fita, que devem ser adaptadas à estrutura do pé do indivíduo e à lesão específica. Um fisioterapeuta pode avaliar a biomecânica do corredor(a) e aplicar a bandagem de forma a maximizar o suporte e minimizar a dor.

Além disso, o taping é mais eficaz quando combinada com outros tratamentos, como alongamento, exercícios de fortalecimento e ajustes nos calçados. Os fisioterapeutas podem orientar os corredores por meio de um plano de tratamento abrangente que aborde as causas subjacentes da fascite plantar, e não apenas os sintomas.

Conclusão

Para corredores que sofrem de fascite plantar, a aplicação da Kinesio Tape oferece uma maneira prática e eficaz de reduzir a dor e controlar a condição. Ao aliviar a tensão da fáscia plantar, a bandagem ajuda corredores a continuar seu treinamento sem piorar a lesão. Aplicada por um fisioterapeuta, essa técnica proporciona alívio imediato e apoia a estrutura natural do pé, facilitando a cicatrização do tecido.

A incorporação da bandagem em um plano de tratamento mais amplo pode melhorar significativamente os resultados para corredores com fascite plantar, ajudando-os a permanecer ativos, minimizando a dor e evitando novas lesões.

 

O Impacto das Emoções sobre as Dores

13 setembro, 2024

Para quem pratica alguma atividade física intensa e até mesmo aqueles que não pratica, a dor é uma sensação familiar. Seja pela intensidade dos treinos ou pelos desafios físicos, ou ainda uma dor causada por uma lesão. Mas, sentir dor faz parte do jogo e não quer dizer que seja um grande problema. No entanto, há um fator muitas vezes negligenciado quando falamos sobre a percepção da dor: as emoções. As emoções podem intensificar ou aliviar a dor, influenciando diretamente a forma como ela é percebida e gerida.


As emoções nas dores

• Emoções Negativas e o Aumento da Dor:

Por outro lado, emoções negativas podem intensificar a dor. Sentimentos de frustração, preocupação ou ansiedade, especialmente em níveis baixos a moderados de excitação, podem agravar a sensação de dor durante a corrida . Além disso, emoções como ansiedade e depressão têm sido frequentemente associadas ao aumento da percepção da dor e até mesmo ao desenvolvimento de condições crônicas de dor. Atletas profissionais ou amadores, empresários ou aqueles com grande demanda de trabalho que enfrentam altos níveis de estresse emocional ou desânimo podem, assim, perceber mais intensamente as dores comuns, o que pode prejudicar o desempenho e a recuperação e, uma pequena lesão pode significar um enorme problema e preocupação.

• Emoções Positivas e a Redução da Dor:

Emoções positivas, como alegria e entusiasmo, geralmente resultam em uma percepção reduzida da dor ou mesmo deixamos de sentir dores. Isso é ainda mais evidente quando essas emoções vêm acompanhadas de um alto nível de excitação, como a euforia após concluir uma corrida ou alcançar uma meta pessoal. Essas emoções podem ajudar essas pessoas a lidar melhor com o desconforto e a continuar com suas atividades, mesmo em situações de fadiga ou lesões leves.

• Mecanismos Neurais:

O impacto das emoções na dor está relacionado a uma rede complexa de áreas do cérebro responsáveis pela dor e pelo processamento emocional. Áreas como o córtex cingulado anterior (ACC), amígdala, ínsula anterior, tálamo e as regiões pré-frontais desempenham papéis cruciais tanto na experiência da dor quanto na forma como processamos nossas emoções. A ínsula direita, por exemplo, tem um papel fundamental ao integrar os sinais de dor com o estado emocional atual, enquanto o tálamo e a amígdala modulam as respostas automáticas da medula espinhal à dor. Esse processamento conjunto entre dor e emoção ajuda a explicar por que quando se está emocionalmente abalado pode ser mais doloroso praticar uma atividade física, por exemplo, ou suportar um trabalho que normalmente se fazia.

• Estratégias de Regulação Emocional:

A boa notícia é que a dor pode ser gerida através de estratégias de regulação emocional, como a supressão emocional e o reaproveitamento cognitivo (reframing). Ambas as estratégias já demonstraram reduzir as expressões verbais e não verbais da dor. Por exemplo, ao reavaliar cognitivamente a dor – vendo-a como um sinal de progresso em vez de sofrimento – pode-se diminuir a intensidade percebida da dor. Isso sugere que, ao gerenciar as emoções adequadamente, as pessoas podem melhorar sua resistência à dor e o desempenho geral. Uma outra forma de modular as emoções é a ativação do nervo vago, que é conseguido por meio da respiração - a melhor forma de regular este nervo. Faça isso: sentado, com as costas apoiadas e em um ambiente calmo, inspire calmamente por 5 segundos e expire por 6 segundos - o importante aqui é ficar focado na respiração (mindfulness). Comece com 10 minutos diários e prossiga para até 20 minutos. Faça isso por 21 dias.

• Fatores Psicológicos e Sociais:

Além das emoções, fatores psicológicos como o estresse emocional e a falta de consciência emocional estão fortemente associados a uma maior percepção de dor. Para muitos, não reconhecer ou processar corretamente suas emoções pode resultar em uma experiência de dor mais intensa e prolongada. Fatores sociais, como a forma de se comunicar emocionalmente, a empatia de treinadores, chefe ou colegas, e os laços de apoio emocional também têm impacto direto na percepção da dor. Quem tem uma boa rede de apoio social tendem a sentir menos dor, enquanto aqueles com relações sociais mais frágeis podem perceber a dor de forma mais intensa. Assim, a gestão emocional e o apoio social devem ser considerados parte integrante da preparação física e mental .

Conclusão

As emoções desempenham um papel fundamental na forma como percebemos e enfrentamos a dor. Emoções positivas podem ajudar a aliviar a dor e melhorar o desempenho, enquanto emoções negativas tendem a intensificar a dor, tornando as atividades mais desafiadores. A integração das emoções com a percepção da dor ocorre por meio de mecanismos neurais complexos, o que mostra a importância de abordagens emocionais no gerenciamento da dor. Estratégias de regulação emocional e um forte apoio social podem ser ferramentas eficazes para melhorar a experiência, tanto durante uma atividade quanto na recuperação. Ao compreender melhor a relação entre emoções e dor, podemos adotar estratégias mais eficazes para superar os desafios físicos.

 

Reduzindo as Lesões Ósseas por Estresse em Corredores

5 setembro, 2024

Para os corredores, as lesões costumam ser uma parte frustrante na sua jornada como corredor – principalmente quando estão em preparação para uma prova alvo. Um tipo comum de lesão é a lesão óssea por estresse, que resulta da carga mecânica repetida nos ossos, levando a fraturas por estresse ou outros danos ósseos. As lesões por estresse podem afastar os atletas por semanas, o que torna crucial entender os fatores que contribuem para essas lesões e como reduzi-las. Pesquisas recentes oferecem percepções valiosas, especialmente em relação a como pequenas mudanças na mecânica da corrida, como a velocidade do passo e cadência, podem desempenhar um papel significativo na redução do risco de lesões ósseas por estresse.


Entendendo as lesões ósseas por estresse

As lesões ósseas por estresse geralmente ocorrem quando a carga colocada nos ossos durante a corrida excede a capacidade do osso de se reparar com o tempo. Esse estresse repetitivo leva a microdanos e, eventualmente, a fraturas por estresse, se não for tratado precocemente e de forma correta. As lesões ósseas por estresse são comuns em corredores de longa distância devido às forças de impacto contínuas que o corpo sofre a cada passo. Para os atletas que já sofreram uma lesão óssea antes, o risco de recorrência é significativamente maior, o que torna a prevenção de lesões ainda mais essencial para esse grupo.

 

A função da frequência de passos na prevenção de lesões

Uma das descobertas mais significativas em estudos recentes é a função da **frequência de passos** ou cadência - o número de passos que um corredor dá por minuto (passos/minuto) - na redução do risco de lesão óssea por estresse. A frequência de passos afeta diretamente a quantidade de impacto absorvida pelo corpo a cada passada. Um número menor de passos significa que cada passo cobre mais terreno, aumentando as forças aplicadas aos ossos, tendões e músculos. Por outro lado, um número maior de passos reduz o impacto por passo ao diminuir o comprimento da passada, distribuindo a carga de maneira mais uniforme pelos membros inferiores.

O que é particularmente convincente é o fato de que um pequeno ajuste na frequência do passo pode ter um impacto substancial na redução do risco de desenvolver uma lesão óssea por estresse. De acordo com dados recentes, um aumento de um passo por minuto na frequência de passos está associado a uma redução de 5% no risco de uma lesão óssea por estresse. Para colocar isso em perspectiva, considere um corredor com um risco de 30% de desenvolver uma lesão por estresse. Se ele aumentar sua frequência de passos em apenas um passo por minuto, seu risco diminuirá para 28,5%. Embora isso possa parecer uma pequena mudança, ao longo do tempo e de muitos quilômetros, até mesmo as melhorias incrementais podem afetar significativamente a prevenção de lesões.

 

Como a cadência afeta seu corpo?

A conexão entre a frequência de passos e o risco de uma lesão óssea por estresse está na biomecânica. Quando um corredor aumenta sua cadência, ele dá passadas mais curtas. Isso reduz o deslocamento vertical do centro de massa do corpo, o que significa que há menos “saltos” para cima e para baixo. Como resultado, os ossos e os músculos absorvem menos impacto a cada passo, reduzindo o risco de microdanos que levam a lesões por estresse.

Além de reduzir o impacto, uma cadência mais alta geralmente melhora a forma de corrida. Os corredores com uma cadência elevada tendem a aterrissar com mais suavidade, reduzindo as forças de reação do solo que contribuem para o estresse ósseo. Esse ajuste distribui a carga de maneira mais uniforme entre as articulações, os músculos e os ossos, permitindo que o corpo lide com o estresse da corrida de maneira mais eficiente.

 

Outros fatores de risco de lesão por estresse ósseo

Embora a frequência de passos desempenhe um papel crucial, ela não é o único fator que influencia o risco de uma lesão óssea por estresse. A densidade mineral óssea (DMO), por exemplo, é outro indicador significativo de lesão. Os corredores com menor DMO são mais suscetíveis a lesões por estresse, pois, seus ossos são menos capazes de suportar forças de impacto repetitivas. A manutenção de uma saúde óssea forte por meio de uma nutrição adequada, incluindo suplementações adequada de vitaminas e minerais, pode ajudar a reduzir o risco de lesões.

Também é importante reconhecer que lesões anteriores aumentam significativamente a probabilidade de futuras lesões por estresse. Os corredores que já sofreram uma lesão óssea por estresse correm um risco muito maior de desenvolver outra lesão por estresse, o que ressalta a importância de estratégias proativas de prevenção de lesões, incluindo modificações na mecânica da corrida, como a frequência do passo.

 

Passos práticos para a prevenção de lesões

Para os corredores, a boa notícia é que o número de passos é um fator de risco **modificável**. Ao aumentar o número de passos em apenas alguns passos por minuto, você pode reduzir o risco de uma lesão óssea por estresse. Muitos corredores acham que a frequência ideal de passos fica entre 170 e 180 passos por minuto, embora isso varie de acordo com a biomecânica individual.

Mas, você pode começar aumentando sua cadência gradualmente, por exemplo, em 10% concentrando-se em passos mais curtos e mais rápidos. Você pode usar um metrônomo ou uma lista de reprodução de música com batidas por minuto (BPM) que correspondam à sua meta de velocidade de passos para ajudar a orientar seu ritmo. Além disso, trabalhar com um treinador ou fisioterapeuta pode fornecer feedback personalizado e ajustes para melhorar sua mecânica de corrida.

 

Conclusão

As lesões ósseas por estresse podem ser um obstáculo significativo para os corredores, mas pequenos ajustes na forma de correr - especialmente na frequência dos passos - podem fazer uma grande diferença na redução do risco de lesões. Aumentando a cadência, melhorando a saúde dos ossos e tratando de quaisquer lesões anteriores, você pode aumentar sua resistência e longevidade no esporte. Para os corredores que desejam ficar livres de lesões, esses ajustes são passos fundamentais que te levam na direção certa.

 

VOCÊ SABE O QUE É DEFICIÊNCIA RELATIVA DE ENERGIA? PODE SER QUE VOCÊ ESTEJA SOFRENDO DISSO

25 agosto, 2024

RED-S é uma síndrome causada por um desequilíbrio energético crônico-especificamente, quando a ingestão de energia de um atleta é insuficiente para suportar o gasto energético exigido pelo treinamento e atividades diárias. No passado, essa condição era chamada de Tríade das Atletas Femininas, mas agora é reconhecida que tanto atletas femininos quanto masculinos podem ser afetados, daí o termo mais amplo.

Quando o corpo não recebe energia suficiente, começa a economizar o pouco que tem, levando a uma cascata de consequências fisiológicas e psicológicas. A síndrome afeta vários sistemas no corpo, incluindo sistemas imunes, cardiovasculares, reprodutivos e esqueléticos. Mas, além dos impactos físicos, o RED-S também pode levar a um foco mental diminuído, alterações de humor e um maior risco de lesões, todas críticas para os atletas.

Como o RED-S se desenvolve?

RED-S normalmente se desenvolve gradualmente. Muitas vezes começa quando atletas, intencionalmente ou involuntariamente, não consomem calorias suficientes para atender às suas necessidades de energia. Isso pode acontecer devido ao aumento das cargas de treinamento sem uma nutrição adequada, ou quando está com dietas restritivas destinadas a alcançar um certo peso ou composição corporal. Com o tempo, o déficit energético se torna crônico e o corpo começa a sofrer.

Essa deficiência de energia não afeta apenas seu desempenho imediato, mas pode levar a consequências a longo prazo. Por exemplo, a parte óssea é particularmente vulnerável; O RED-S pode diminuir a densidade mineral óssea, levando a um risco aumentado de fraturas por estresse - uma preocupação séria para atletas em esportes de alto impacto, como corrida ou de saltos. Nas mulheres, o RED-S pode causar disfunção menstrual, que é um sinal de que o corpo está conservando energia, reduzindo a função reprodutiva. Nos homens, o RED-S pode levar a baixos níveis de testosterona, o que pode afetar a massa muscular e a força.

O impacto no desempenho atlético

Se você está treinando de forma muito intensa, mas não vendo os resultados que espera, ou se estiver constantemente cansado e mais propenso a lesões, o RED-S pode ser um fator. A deficiência de energia prejudica a capacidade do corpo de se reparar após o treinamento, o que pode levar à fadiga crônica e a uma maior suscetibilidade à síndrome do overtraining.

Além disso, o RED-S pode reduzir a eficácia do seu treinamento prejudicando a capacidade do seu corpo de se adaptar aos estímulos de treinamento. Isso significa que, mesmo se você estiver fazendo o trabalho, talvez não esteja obtendo os ganhos de desempenho que está buscando. Seu jogo mental também pode sofrer, com diminuição da concentração, aumento da irritabilidade e um maior risco de ansiedade ou depressão.

A abordagem para identificar e tratar a RED-S

Você precisa estar ciente de uma série de sintomas que podem indicar deficiência de energia relativa no esporte (RED-S). Esses sintomas podem ser sutis no início, mas podem piorar com o tempo, se não forem identificados e tratados de forma correta. Aqui estão os principais sintomas a serem observados:

1. Sintomas físicos: 

- Fadiga e baixos níveis de energia: cansaço persistente, mesmo com descanso adequado, pode ser um sinal de que o corpo não está recebendo energia suficiente.

Lesões frequentes: um aumento da suscetibilidade a lesões, especialmente fraturas por estresse, pode indicar a saúde óssea comprometida devido à deficiência de energia.

Diminuição do desempenho: um declínio perceptível no desempenho atlético, apesar do treinamento contínuo ou mesmo aumentado, pode sugerir que o corpo não seja adequadamente alimentado.

Disfunção menstrual (em mulheres): Períodos menstruais irregulares ou ausentes podem sinalizar que o corpo está conservando energia, reduzindo a função reprodutiva.

Diminuição da densidade óssea: Embora mais difícil de detectar sem avaliação médica, o RED-S pode levar a uma redução na densidade mineral óssea, aumentando o risco de osteoporose.

Função imunológica prejudicada: resfriados, infecções ou doenças mais frequentes podem indicar um sistema imunológico enfraquecido devido à ingestão inadequada de energia.

Questões gastrointestinais: problemas digestivos como inchaço, constipação ou alterações nos hábitos intestinais podem ocorrer com o RED-S

2. Sintomas psicológicos

 - Alterações de humor: Maior irritabilidade, ansiedade ou depressão podem ocorrer como resultado de alterações hormonais ligadas ao RED-S.

 - Dificuldade em concentrar: o foco reduzido e a clareza mental podem ser sinais de que o cérebro não está recebendo energia suficiente.

 - Comportamentos alimentares desordenados: pensamentos obsessivos sobre comida, dieta extrema ou um foco prejudicial no peso e na aparência do corpo são comuns em atletas com RED-S.

3. Sinais de treinamento e recuperação

- Recuperação lenta: tempos de recuperação prolongados após exercícios ou competições, com dor muscular ou fadiga em andamento, pode sugerir que o corpo não possui a energia necessária para reparo.

- Perda de força muscular: diminuição da massa ou força muscular, apesar do treinamento regular, pode indicar que o corpo está utilizando o tecido muscular para obter energia.

- Motivação reduzida: perda de interesse em treinamento ou competição, que pode estar ligado aos efeitos físicos e psicológicos do RED-S.

4. Sinais adicionais

- Sensibilidade ao frio: sentir frio extremo ou experimentar uma queda na temperatura corporal pode resultar da energia do corpo que conserva a energia.

- Perda de cabelo: o desbaste ou o aumento da perda de cabelo pode ocorrer quando o corpo não está recebendo nutrientes suficientes para apoiar o crescimento do cabelo.

Quando procurar ajuda

Se perceber um ou mais desses sintomas, é importante procurar ajuda de um profissional de saúde, como um médico de medicina esportiva ou um nutricionista. A intervenção precoce é essencial para prevenir problemas de saúde a longo prazo e voltar aos trilhos com treinamento e desempenho.

Para qualquer atleta, o impulso para melhorar e forçar os limites é natural. Mas é importante lembrar que mais nem sempre é melhor, especialmente quando se trata de equilíbrio energético. Compreender e prevenir o RED-S é vital para manter não apenas o seu desempenho, mas também sua saúde a longo prazo. Portanto, reserve um momento para refletir sobre suas estratégias de treinamento e nutrição - seu corpo pode estar lhe dizendo algo importante.

E lembre-se: sua saúde é seu ativo mais valioso no esporte.

 

Transforme Sua Vida: A Urgência da Saúde e Performance

7 agosto, 2024

Nos dias de hoje, a busca por uma vida saudável e de alta performance não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente. Vivemos em uma era onde o tempo é escasso, o estresse é constante e a alimentação muitas vezes é negligenciada. No entanto, a ciência tem mostrado que é possível transformar sua saúde e melhorar seu desempenho através de mudanças estratégicas e personalizadas na sua rotina diária.

A Ciência ao Seu Favor

Você já ouviu falar da genômica nutricional? Este campo revolucionário estuda como nossos genes interagem com os nutrientes que consumimos, permitindo a criação de planos alimentares personalizados que maximizam a saúde e a performance. Empresas líderes como a DF Médica, através do seu programa iGenesis e FitSport, têm demonstrado a eficácia indiscutível de planos alimentares e performance baseados em testes genéticos

Personalização: A Chave do Sucesso

Cada um de nós é único, e isso se reflete na maneira como nosso corpo reage aos alimentos, a atividade física e ao ambiente. Enquanto algumas pessoas podem consumir uma dieta rica em carboidratos sem ganhar peso, outras podem achar que esses mesmos alimentos contribuem para o ganho de peso indesejado. Umas pessoas acham que podem correr uma maratona, mas, na verdade, suas características genéticas indicam atividades de explosão. Com o iGenesis e o FitSport, é possível identificar seu perfil genético e criar um plano alimentar e te direcionar para uma melhor atividade física que funcione especificamente para você. Isso não só ajuda na perda de peso, ganho de massa magra e melhora da disposição, mas também na manutenção do peso saudável, melhorando sua performance e bem-esta.

A Urgência de Agir

O sobrepeso e a obesidade são problemas crescentes que trazem consigo uma série de comorbidades, como diabetes e doenças cardiovasculares. Através de análises genéticas, é possível prever sua suscetibilidade a esses problemas e agir preventivamente. Imagine poder evitar essas condições simplesmente ajustando sua dieta de acordo com seu perfil genético. Após a pandemia, muitas pessoas aderiram a programas de atividade física, seja corrida, ciclismo e academia, mas, com isso, veio também o aumento no número de lesões decorrente da prática do esporte. Isso se deve a alguns fatores e dentre eles, o predisposição a certo tipo de fibra muscular, a capacidade antioxidante e anti-inflamatória do corpo, bem como fatores psicológicos a prática de atividade física A prevenção é sempre mais eficaz e menos dolorosa e mais barata do que o tratamento.

Performance Máxima

Para aqueles que buscam desempenho superior, seja em esportes ou na vida cotidiana, a personalização é essencial. Conhecer como seu corpo metaboliza diferentes nutrientes pode ser a diferença entre um desempenho medíocre e uma performance excepcional. Testes como o iGenesis Slim e o FitSport analisam o metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas, ajudando a identificar a proporção ideal de macronutrientes para você.

Combate ao Estresse e Toxinas

Vivemos em um mundo cheio de toxinas e estresse oxidativo, que podem afetar nossa saúde de maneiras sutis, mas profundas. A capacidade de detoxificação e antioxidante do nosso corpo é influenciada por nossos genes. Conhecer sua predisposição genética pode ajudar a criar uma dieta que apoie esses processos, ajudando a combater os danos causados pelos radicais livres e substâncias tóxicas presentes no ambiente.

A Importância das Vitaminas e Minerais

A administração correta de micronutrientes é crucial para o desempenho do metabolismo celular. Vitaminas e minerais, como cálcio e magnésio, são essenciais para diversas funções biológicas e devem ser ingeridos nas proporções corretas. O módulo iGenesis Micro analisa o metabolismo dessas substâncias, permitindo ajustes precisos na sua dieta para garantir que você esteja sempre no seu melhor.

Sensibilidades Alimentares

Muitas pessoas sofrem de sensibilidades alimentares sem sequer saber. Isso pode causar desconfortos diários e problemas de saúde a longo prazo. O módulo iGenesis Sensor identifica predisposições a intolerâncias e sensibilidades alimentares, permitindo ajustes na dieta que podem melhorar significativamente sua qualidade de vida.

Conclusão: O Momento de Agir é Agora

Não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje. A transformação da sua saúde e performance está ao seu alcance, e a ciência está aqui para te ajudar. Testes genéticos como o iGenesis e o FitSport oferecem uma abordagem personalizada que pode mudar sua vida para melhor. Se você busca viver com mais energia, evitar doenças e atingir seu potencial máximo, a hora de agir é agora.

Invista em você mesmo, conheça seu corpo de dentro para fora e faça as mudanças necessárias para viver uma vida longa, saudável e cheia de realizações. A urgência é real, e a solução está ao seu alcance. Não espere mais para transformar sua vida. 

 

Tendinite de Aquiles: Suas Causas, Como Identificar, Seus Sintomas e Tratamentos

1 agosto, 2024

Se você corre ou não mas está sentindo dores no tendão de Aquiles, você pode estar sofrendo de tendinopatia de Aquiles, que é uma condição comum que afeta muitas pessoas, especialmente aqueles que participam de atividades de alto impacto, como corrida e salto. Neste artigo, vamos explorar o que é a tendinopatia de Aquiles, suas causas, sintomas, tratamentos e, mais importante, como um profissional como um médico do esporte e um fisioterapeuta esportivo podem ser fundamental na sua recuperação.

O Que é Tendinopatia de Aquiles?

A tendinopatia de Aquiles é uma lesão por uso excessivo do tendão de Aquiles, que conecta os músculos da panturrilha ao osso do calcanhar. Essa condição é caracterizada por dor, inchaço e alterações estruturais no tendão, podendo limitar significativamente a mobilidade e o desempenho atlético.

Segundo o artigo “Current Clinical Concepts: Conservative Management of Achilles Tendinopathy”, publicado no Journal of Athletic Training, a tendinopatia de Aquiles é uma condição dolorosa que, se não tratada adequadamente, pode levar a uma lesão crônica e debilitante. A chave para a recuperação está em um diagnóstico preciso e um plano de tratamento abrangente, focado na carga progressiva do tendão.

Principais Causas e Fatores de Risco

As principais causas da tendinopatia de Aquiles incluem:

  • Sobrecarga: Aumentos súbitos na intensidade ou duração do treino sem tempo adequado de recuperação.
  • Biomecânica Inadequada: Problemas como pés planos ou pronação excessiva, e/ou instabilidade do quadril podem aumentar o risco de lesão.
  • Calçados Inadequados: O uso de calçados inadequados para corrida pode colocar pressão excessiva no tendão.
  • Fatores Intrínsecos: Incluem fraqueza muscular, falta de flexibilidade e histórico familiar de tendinopatia.

Sintomas da Tendinopatia de Aquiles

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dor e Rigidez: Especialmente ao levantar pela manhã ou após períodos de inatividade.
  • Dor ao Palpar: Sensibilidade ao tocar a área afetada.
  • Inchaço: Na área do tendão de Aquiles.
  • Desempenho Reduzido: Dificuldade em realizar atividades que envolvem correr ou saltar.

Importância do Diagnóstico Precoce

Reconhecer os primeiros sinais de tendinopatia de Aquiles é crucial para evitar que a condição se agrave. Ignorar os sintomas iniciais pode levar a uma lesão crônica que pode demorar meses ou até anos para cicatrizar completamente. É essencial procurar um médico ou um fisioterapeuta ao notar qualquer dor ou desconforto persistente no tendão de Aquiles.

Tratamento com Fisioterapia

A fisioterapia é a abordagem mais eficaz para o tratamento da tendinopatia de Aquiles. O plano de tratamento geralmente inclui:

  • Exercícios de Carga Progressiva: O objetivo é fortalecer o tendão e melhorar a resistência. Os exercícios devem ser iniciados com cargas leves e aumentados gradualmente.
  • Modificação de Atividades: Ajustar as atividades diárias para evitar a sobrecarga do tendão.
  • Uso de Calçados Adequados: Recomendar o uso de calçados apropriados que proporcionem o suporte necessário.
  • Terapias Manuais: Técnicas como massagem e mobilização podem ajudar a reduzir a dor e melhorar a mobilidade.
  • Educação do Paciente: Ensinar sobre a importância da progressão gradual e como monitorar os sintomas.

Prevenção da Tendinopatia de Aquiles

Prevenir a tendinopatia de Aquiles envolve reconhecer e tratar os sintomas iniciais, ajustar os treinos para evitar sobrecargas e utilizar calçados adequados. Monitorar a carga de treino e garantir períodos adequados de descanso também são essenciais para prevenir a lesão.

Quando Procurar um Fisioterapeuta

Se você está sentindo dor persistente no tendão de Aquiles, é crucial procurar um fisioterapeuta o quanto antes. Um diagnóstico precoce e um plano de tratamento adequado podem acelerar a recuperação e evitar complicações. O fisioterapeuta irá realizar uma avaliação detalhada e criar um programa personalizado para tratar a sua condição, ajudando você a voltar às suas atividades esportivas com segurança.

Conclusão

A tendinopatia de Aquiles é uma condição séria que pode afetar significativamente a qualidade de vida e o desempenho atlético. No entanto, com o tratamento adequado, a recuperação é possível. Fisioterapeutas são profissionais treinados para diagnosticar e tratar essa condição de forma eficaz. Não ignore os sinais de alerta – procure ajuda profissional e cuide bem do seu corpo para continuar correndo sem dor.

 

Como Escolher o Melhor Tênis de Corrida: Impacto na Economia e Biomecânica dos Maratonistas

19 julho, 2024

A escolha dos tênis de corrida pode ser crucial para maratonistas que buscam melhorar seu desempenho. Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Brigham Young explorou como diferentes modelos de tênis influenciam a economia de corrida e a mecânica dos corredores. Neste post, vamos detalhar as principais descobertas desse estudo e discutir como elas podem impactar sua próxima maratona.

Um estudo comparou três modelos populares de tênis de corrida:

  • Nike Vaporfly 4% (VP)
  • Adidas Adios Boost (AB)
  • Nike Zoom Streak (ZS)

O objetivo foi entender como esses tênis afetam a economia de corrida – a quantidade de energia necessária para correr a uma determinada velocidade – e a mecânica de corrida dos atletas.

Principais Descobertas

  1. Melhoria na Economia de Corrida Os resultados mostraram que o Nike Vaporfly 4% proporcionou uma melhora de 2,80% na economia de corrida em comparação com o Adidas Adios Boost e 1,9% em comparação com o Nike Zoom Streak. Em termos simples, os corredores gastaram menos energia ao usar o VP.
  2. Alterações na Mecânica de Corrida
    • Comprimento da Passada: O VP resultou em um aumento no comprimento da passada dos corredores.
    • Oscilação Vertical do Centro de Massa: Houve uma maior oscilação vertical do centro de massa com o VP.
    • Velocidade de Flexão Plantar: O VP reduziu a velocidade de flexão plantar, que é a velocidade com que o pé se move do dorsoflexão (dedos para cima) para a flexão plantar (dedos para baixo) durante a decolagem.
  3. Benefícios Variáveis Os benefícios do VP variaram entre os indivíduos. Runners com menor tempo de contato com o solo experimentaram maiores melhorias na economia de corrida com o VP. Essa variação destaca a importância de considerar características individuais ao escolher tênis de corrida.

O Que Isso Significa na Prática?

Vamos traduzir esses números para algo mais tangível. Suponha que você esteja correndo uma maratona com o tênis Vaporfly 4% a um pace de 3:45 min/km. A melhora de 2,80% na economia de energia pode resultar em uma redução de aproximadamente 4,45 minutos no seu tempo total de maratona. Em uma corrida de 42,195 km, essa diferença pode ser a chave para bater seu recorde pessoal ou alcançar uma nova meta.

Cuidados e Recomendações

  1. Personalização Cada corredor é único. Embora o Vaporfly 4% tenha mostrado benefícios significativos, é essencial testar diferentes modelos para encontrar o que melhor se adapta ao seu estilo de corrida e suas necessidades específicas.
  2. Adaptação Gradual Incorporar novos tênis gradualmente nos seus treinos pode ajudar a evitar lesões e permitir que você se adapte às novas características do calçado. Evite usá-los pela primeira vez em uma corrida importante.
  3. Consulta Profissional Sempre consulte um profissional de saúde ou um treinador antes de fazer mudanças significativas na sua rotina de corrida. Eles podem fornecer orientação personalizada e ajudar a maximizar os benefícios dos novos tênis.

Conclusão

O estudo da Universidade Brigham Young destaca o impacto significativo que a escolha dos tênis pode ter na performance dos maratonistas. O Nike Vaporfly 4% se mostrou uma opção eficaz para muitos corredores, mas a personalização e a adaptação são fundamentais. Se você está buscando melhorar seu desempenho, vale a pena considerar esses fatores ao selecionar seu próximo par de tênis.

 

1 julho, 2024

A surpreendente longevidade dos corredores que correm menos de 4 minutos por milha

 

Alguma vez você se perguntou que se levar o seu corpo ao limite através de exercícios de resistência extrema poderia, de fato, encurtar o seu tempo de vida, seja por lesões repetitivas ou mesmo problemas cardíacos, etc.? Um novo estudo fascinante entitulado: Outrunning the Grim Reaper: The Surprising Longevity of Sub-4 Minute Mile Runners desafia esta noção e revela algumas descobertas surpreendentes sobre os lendários corredores sub-4 minutos.

Quebrar barreiras e longevidade

Em 1954, Roger Bannister quebrou o que outrora se pensava ser uma barreira impenetrável ao correr uma milha em menos de quatro minutos. Este feito extraordinário não só redefiniu os limites do desempenho atlético humano, como também levantou questões sobre os impactos a longo prazo na saúde de feitos físicos tão extremos. Desde a corrida histórica de Bannister, mais de 1750 atletas juntaram-se ao clube de elite da milha sub-4 minutos. Mas qual foi o impacto na sua longevidade?

O estudo

Os investigadores propuseram-se a investigar a longevidade dos primeiros 200 homens a atingir este marco incrível. Utilizando os dados do Registo Alfabético Sub-4, que documenta os atletas que ultrapassaram a barreira dos 4 minutos na milha, realizaram um estudo de coorte retrospetivo abrangente. Foram recolhidos dados importantes, como a data de nascimento dos atletas, a data da sua primeira milha sub-4 minutos, a idade atual (se vivos) ou a idade da morte. Estes dados foram depois comparados com as estatísticas de expectativa de vida das Planilhas de Vida das Nações Unidas, específicas do país de origem dos corredores, para determinar a diferença na expectativa de vida entre estes corredores de elite e a população em geral.

Principais resultados

O estudo produziu algumas descobertas notáveis:

  • Aumento da longevidade: Os investigadores descobriram que estes corredores de elite viviam, em média, 4,7 anos a mais do que os seus pares da população em geral. Este fato desafia a sabedoria convencional de que o exercício de resistência extrema pode ser prejudicial para o tempo de vida;
  • Benefícios robustos para a saúde: Apesar das exigências físicas intensas do treino e da obtenção de uma milha de menos de 4 minutos, estes atletas demonstraram benefícios significativos para a saúde. Os resultados sugerem que níveis elevados de exercício sustentado e de alta intensidade podem ter um impacto positivo na longevidade;
  • Desempenho de elite e tempo de vida: O estudo salienta que, mesmo nos níveis mais elevados de desempenho atlético, os benefícios do exercício no tempo de vida permanecem robustos. Esta descoberta desafia a hipótese "em forma de U" do exercício e da longevidade, que postula que tanto o exercício em excesso como em falta podem ser prejudiciais


Conclusão

As conclusões são claras: atingir níveis de elite de exercício de resistência, como correr uma milha abaixo dos 4 minutos, promove efetivamente a longevidade em vez de a reduzir. Isto reforça os incríveis benefícios da atividade física regular e de alta intensidade. Estes resultados fornecem provas irrefutáveis de que ultrapassar os seus limites pode levar a uma vida mais longa e saudável.

Porque é que é importante

Estes resultados são mais do que meras estatísticas; oferecem uma visão profunda do poder do potencial humano e dos benefícios de ultrapassar os nossos limites. Quer seja um atleta de competição ou alguém que procura melhorar a sua saúde, este estudo fornece provas convincentes de que o exercício intenso pode levar a uma vida mais longa e saudável. Sublinha a importância de incorporar a atividade física de alta intensidade na sua rotina, não só para o sucesso desportivo, mas também para a saúde e o bem-estar a longo prazo.

Limitações do estudo

Embora o estudo forneça informações significativas, tem limitações. O estudo centrou-se exclusivamente em atletas do sexo masculino, uma vez que nenhuma atleta do sexo feminino conseguiu ainda atingir uma milha inferior a 4 minutos. Além disso, os investigadores não conseguiram determinar a causa de morte de muitos dos corredores falecidos, o que poderia ter fornecido mais contexto para os resultados de longevidade. Além disso, não estavam disponíveis informações pormenorizadas sobre os hábitos de exercício ao longo da vida e outros comportamentos de saúde dos atletas, o que poderia ter influenciado os resultados.

 

A surpreendente influência da cultura em como corremos

4 maio, 2024

Nos países industrializados, correr é uma forma de lazer, exercício, de socialização e até mesmo como uma terapia. Mas, nas sociedades não industriais de todo o mundo, correr não é apenas uma forma de exercício; é uma prática cultural profundamente enraizada que molda não apenas a forma como os indivíduos correm, mas também como eles veem o próprio ato de correr. Estudos científicos revelam que as crenças e práticas culturais influenciam profundamente as técnicas de corrida, impactando desde a prevenção de lesões até a melhora da performance.

No centro desta dinâmica fascinante está o papel da identidade cultural na formação de percepções sobre o que constitui uma “boa” técnica de corrida. Nas comunidades onde a corrida é celebrada como uma parte fundamental do patrimônio cultural, os corredores adotam frequentemente técnicas sofisticadas para aumentar o seu desempenho e minimizar lesões. Estas técnicas não são apenas escolhas pessoais; elas também são partilhadas dentro da comunidade através de eventos públicos e atividades comunitárias.

Assim, a aprendizagem vem da observação e é crucial nesses ambientes. Por exemplo, jovens corredores observam e imitam corredores experientes, absorvendo nuances que podem melhorar drasticamente suas próprias técnicas. Este método de aprendizagem é particularmente eficaz em culturas onde a corrida é uma atividade pública e corriqueira, o que permite o refinamento e a otimização contínua dos estilos de corrida.

Por outro lado, em sociedades onde a corrida é menos significativa culturalmente, pode haver menos ênfase nas técnicas (e no desenvolvimento) da corrida. Isso pode levar a padrões de execução menos eficientes e potencialmente mais prejudiciais de um ponto de vista biomecânico. Desta forma, a ausência de uma cultura de corrida significa menos oportunidades de observar e aprender com corredores proficientes, o que pode impedir o desenvolvimento de melhores técnicas de corrida.

Compreender como as práticas culturais moldam as técnicas de corrida oferece informações valiosas para os cientistas, treinadores esportivos, médicos, fisioterapeutas e, também, porque não, para os amantes da prática de corrida de rua. Ao integrar o contexto cultural dentro dos métodos de treinamento, contribuirá para desenvolver programas de formação mais eficazes e culturalmente adaptados que respeitem e melhorem as práticas tradicionais, promovendo ao mesmo tempo a saúde e a performance.

Esta intersecção entre cultura e atividade física realça uma verdade profunda: a nossa herança cultural influencia significativamente não só os nossos valores e comportamentos, mas, também, a forma como nos movemos. Assim, ao estudar estas influências, podemos aprender mais sobre as diversas formas que constituem o nosso mundo – um mundo onde até o simples ato de correr pode ter um profundo significado cultural.


Fonte: Jungers W. Nature 463(7280):433-4; Wallace et al. 2022;4:e14.



 

O que é a PNS (Prática Neurossensorial)?

30 março, 2024

A PNS tem como base teórica a Posturologia Clínica, que se utilizaram dos conhecimentos terapêuticos  teóricos e práticos sobre as reações de tônus e reflexos e desenvolveram ferramentas clinicas para avaliação dos sistemas de regulação da postura.

O objetivo da PNS é de reequilibrar as funções dos tecidos/sistemas corporais que mantém o bom alinhamento e, com isso, proporcionar um melhor funcionamento destes sistemas promovendo assim, a eliminação dos sintomas.

Com base em uma hierarquia das disfunções, cada alteração é estimulada a retomar à sua função, em uma ordem que o próprio corpo designa, cabendo ao fisioterapeuta respeitar esta hierarquia para que os resultados sejam melhores.

 A PNS é indicada para todo e qualquer tipo de alteração funcional, seja ela aguda ou crônica, que esteja levando a pessoa a ter algum sintoma qualquer do sistema.

vDores agudas e crônicas de coluna e outras articulações
vDisfunções musculo-esqueléticas (bursites, tendinites, esporão, etc)
vEnxaquecas e dores de cabeça
vDistúrbios do sono
vFibromialgia
vAlterações viscerais funcionais (Gastrite, Problemas Intestinais, Má digestão, incontinência urinária)
vDistúrbios de aprendizagem, déficit de atenção e dislexia
vAlterações posturais (escolioses hipercifoses, alterações nos pés, joelhos etc)



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Efeitos da crioimersão como forma de recovery após atividade física

19 março, 2024

 A crioimersão é o uso de água gelada realizada em uma banheira - para uma maior área de contato com o corpo - como forma de recuperação após uma atividade física, ou, utilizada também como uma adaptógeno trazendo grandes benefícios ao corpo como:

- Aumento da gordura marrom: melhora a sensibilidade da insulina e diminui os riscos cardiovasculares

- Aumento do metabolismo: 530% de aumento de noradrenalina e 150% de dopamina

- diminuição dos efeitos inflamatórios e oxidativos: redução de CPK, inflamação e dor muscular

- Aumento da testosterona

🔹Protocolo: pelo menos 10 minutos por semana (1x ou fracionado ao longo da semana) e depois não se enxugar ou cruzar os braços entre 90-120 minutos (e se ficar tremendo é melhor)

Veja maiores explicações AQUI

 

Como controlar o impacto nos joelhos durante a corrida

19 março, 2024